Havia uma menina, uma normal, comum e corriqueira que estava apaixonada por seu namorado. Ele, felizmente, igual a amava muito. Os dois, pertencentes a uma cultura específica, por “desgraça” bem rígida e fechada, tiveram a sorte de estarem juntos por amor. E iam casar, não por obrigação, por prometidos, ou por acordo dos pais. Se casariam pela querência, pela decisão pensada e sentida baseada no afeto. Acontece que depois de casados o marido, o tal “amor da vida”, à esposa a mantém reclusa, trancada, presa na sua própria casa, no que conhecem por “lar”.
Pois, isso é um conto!? Vale… um roteiro cinematográfico, ou idéias para uma futura novela? Ok, será uma história de Ásia Central, de Oriente Médio, de Norte de África? Que te contaram, inventaram?
Não. É uma história de Barcelona, o país Espanha. A menina tem nome e tem olhos que pronunciei e encarei. E, o mais grave é que igual a ela muitas são as mulheres, dos mais variados lugares, que no dia de hoje sofrem tamanha violação dos seus direitos. Vítimas anônimas, silenciadas, submetidas. Cúmplices da dor, do maltrato, do desamor. Escravas sociais por um “e eu com isso” de todos os outros.
Por favor, que no exercício feminino de gerenciar os conflitos, neutralizar as diferenças, reconhecer o outro, construir a família, educar os(as) filhos(as) que as mulheres se vejam e sejam vistas como pessoas, como humanas, antes de mulher sexo ou gênero. E mais, que o frágil e fraco em toda mulher seja essa tal capacidade e decisão de suportar tudo! Não, não mas.