domingo, 8 de junio de 2008

Mesmo que não se diga



“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
 É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
                            Luís de Camões




O poeta Camões não foi o único, tampouco o primeiro, menos ainda será o último a tentar descrever o “amor”, a expressá-lo, “desenhá-lo” com palavras. Na semana em que se comemora no Brasil o dia do “amor”, dos namorados, dia 12 de junho, que, depois da experiência de Espanha e Catalunha já será o terceiro Santo e a terceira data no ano dedicada al tema (San Valentí, el 14 de Febrero, Sant Jordí, el 23 de abril) eu também o quero celebrar. Com, claro, votos e esperanças de que este “amor”, o amor calado, silenciado, secreto não seja apenas idéia na cabeça e sentimento no coração, mas que tenha força e coragem para ser fazer real e palpável.


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