sábado, 6 de diciembre de 2008

"O senhor... Mira veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas -- mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior." (Guimarães Rosa, Grande Sertão, Veredas)




Sim, "verdade maior", quando você se vê desafiado a conhecer, aprender e entender, e isso, sem as palavras, há que "afinar" e "desafinar" sem stress, sem desesperar...apenas respeitando e se fazendo respeitar.

Definitivamente "as palavras não são as coisas, só servem para ordená-las". Que cada um, um dia, em algum lugar, em um especial momento, possa ter a bela experiência de aprender o que a palavra não pode ensinar. Conhecer o que a palavra não vai te mostrar. Entender o que a palavra não sabe "falar". E aceitar, que "interminados" somos e seguiremos, com muita ou pouca palavra a compartilhar!







lunes, 22 de septiembre de 2008

Cultura, a sua



Vejo você, me vejo. Vejo eles, elas, nos vemos. Estamos aqui, ou ali, ou lá. Tanto faz, estamos em qualquer e todos os lugares. De repente, Nossa, não reconheço nada mais. Se vai longe, além, sabe-se lá pra que lugar.

Uma vida, uma História, uma cidade. Quantos olhos podem contemplar uma mesma imagem? Quantas mentes podem imaginar uma mesma idéia? E, ao fazer, que universos de “filtros”: sul, norte, branco, negro, rico, pobre. Humano.

Estar em uma nova cidade, um outro país é se ver em tudo, sentir-se “igual”. Porém, é também não estar em nada e viver o diferente. E, ir aprendendo e ensinando que riquezas e misérias, amores e dores, sonhos e desesperos não “nasceram” com nacionalidades.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tv Intertribal, a Webtv dos Índios Brasileiros



http://www.tvintertribal.com.br/


O acesso à educação, ao bem estar-social em geral (saúde, trabalho, moradia) ainda são desafios no Brasil, país com seus já 190 milhões de habitantes. O acesso às tecnologias da informação e comunicação, como a Internet, representam só mais “detalhe”.

No entanto, as comunidades, grupos, associações culturais, étnicas, educacionais têm trabalhando dia a dia para avançar e superar todas e quaisquer dificuldades. O projeto Tv Intertribal, a Webtv das etnias indígenas brasileiras, ainda em seu caráter experimental, é só um dos bonitos e grandes exemplos.

Assim, com o uso ativo da transformação da mediação da informação, do conhecimento, da cultura que traz Internet, pouco a pouco vão transformando também suas realidades.

sábado, 12 de julio de 2008

Pela não marginalização da Imigração em Europa

E que…? Os bens naturais e físicos são eternos, inacabáveis? A paz e o progresso sempre estarão entre nós!? Jamais necesitaremos de nada e de ninguém…!! Pois, que pena, como bem refletiu o líder Martin Luther King “aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a simples arte de vivermos juntos como irmãos.”

A todo este discurso e ato de cada vez tornar mais e mais “marginal” os imigrantes e a imigração em Europa deixo o poema “El Barco” de Pablo Neruda como crítica e consideração.


El Barco

Pero si ya pagamos nuestros pasajes en este mundo
por qué, por qué no nos dejan sentarnos y comer?
Queremos mirar las nubes, queremos tomar el sol y oler la sal,
francamente no se trata de molestar a nadie,
es tan sencillo: somos pasajeros.

Todos vamos pasando y el tiempo con nosotros:
pasa el mar, se despide la rosa,
pasa la tierra por la sombra y por la luz,
y ustedes y nosotros pasamos, pasajeros.

Entonces, qué les pasa?
Por qué andan tan furiosos?
A quién andan buscando con revólver?

Nosotros no sabíamos
que todo lo tenían ocupado,
las copas, los asientos,
las camas, los espejos,
el mar, el vino, el cielo.

Ahora resulta
que no tenemos mesa.
No puede ser, pensamos.
No pueden convencernos.
Estaba oscuro cuando llegamos al barco.
Estábamos desnudos.

Todos llegábamos del mismo sitio.
Todos veníamos de mujer y de hombre.
Todos tuvimos hambre y pronto dientes.
A todos nos crecieron las manos y los ojos
para trabajar y desear lo que existe.

Y ahora nos salen con que no podemos,
que no hay sitio en el barco,
no quieren saludarnos,
no quieren jugar con nosotros.

Por qué tantas ventajas para ustedes?
Quién les dio la cuchara cuando no habían nacido?

Aquí no están contentos,
así no andan las cosas.

No me gusta en el viaje
hallar, en los rincones, la tristeza,
los ojos sin amor o la boca con hambre.

No hay ropa para este creciente otoño
y menos, menos, menos para el próximo invierno.
Y sin zapatos cómo vamos a dar la vuelta
al mundo, a tanta piedra en los caminos?

Sin mesa dónde vamos a comer,
dónde nos sentaremos si no tenemos silla?
Si es una broma triste, decídanse, señores,
a terminarla pronto,
a hablar en serio ahora.

Después el mar es duro.

Y llueve sangre.

Pablo Neruda
Navegaciones y Regresos (1959)

domingo, 8 de junio de 2008

Mesmo que não se diga



“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
 É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
                            Luís de Camões




O poeta Camões não foi o único, tampouco o primeiro, menos ainda será o último a tentar descrever o “amor”, a expressá-lo, “desenhá-lo” com palavras. Na semana em que se comemora no Brasil o dia do “amor”, dos namorados, dia 12 de junho, que, depois da experiência de Espanha e Catalunha já será o terceiro Santo e a terceira data no ano dedicada al tema (San Valentí, el 14 de Febrero, Sant Jordí, el 23 de abril) eu também o quero celebrar. Com, claro, votos e esperanças de que este “amor”, o amor calado, silenciado, secreto não seja apenas idéia na cabeça e sentimento no coração, mas que tenha força e coragem para ser fazer real e palpável.


martes, 27 de mayo de 2008

Aos pedaços isso de frágil e mulher


Havia uma menina, uma normal, comum e corriqueira que estava apaixonada por seu namorado. Ele, felizmente, igual a amava muito. Os dois, pertencentes a uma cultura específica, por “desgraça” bem rígida e fechada, tiveram a sorte de estarem juntos por amor. E iam casar, não por obrigação, por prometidos, ou por acordo dos pais. Se casariam pela querência, pela decisão pensada e sentida baseada no afeto. Acontece que depois de casados o marido, o tal “amor da vida”, à esposa a mantém reclusa, trancada, presa na sua própria casa, no que conhecem por “lar”.

Pois, isso é um conto!? Vale… um roteiro cinematográfico, ou idéias para uma futura novela? Ok, será uma história de Ásia Central, de Oriente Médio, de Norte de África? Que te contaram, inventaram?

Não. É uma história de Barcelona, o país Espanha. A menina tem nome e tem olhos que pronunciei e encarei. E, o mais grave é que igual a ela muitas são as mulheres, dos mais variados lugares, que no dia de hoje sofrem tamanha violação dos seus direitos. Vítimas anônimas, silenciadas, submetidas. Cúmplices da dor, do maltrato, do desamor. Escravas sociais por um “e eu com isso” de todos os outros.

Por favor, que no exercício feminino de gerenciar os conflitos, neutralizar as diferenças, reconhecer o outro, construir a família, educar os(as) filhos(as) que as mulheres se vejam e sejam vistas como pessoas, como humanas, antes de mulher sexo ou gênero. E mais, que o frágil e fraco em toda mulher seja essa tal capacidade e decisão de suportar tudo! Não, não mas.

jueves, 8 de mayo de 2008

Fim ao Tráfico de Crianças


“A Utopia está no Horizonte.

Caminho dois passos,

Ela se afasta dois passos e,

O Horizonte anda dez passos mais pra lá.

Então, para que serve a Utopia?

Pois, para isso...para caminhar.” Eduardo Galeano


De 1 a 2 milhões de crianças são, cada ano e em diversos graus, vítimas de diferentes formas de tráfico provocando violações graves à dignidade delas e de seus direitos elementares. (Fonte de Dados e Fotos http://www.tierradehombres.org/stop/ - Campaña “Stop al Tráfico de Niños)

Outras tantas esperando execução em prisões do Irã. E, algumas mais, vítimas de exploração sexual no Brasil e muitos outros paises.

Você e eu, seres políticos, comprometidos com as mudanças necessárias, com denúncias, ações, campanhas.
Utopia? Talvez...porém melhor a gente caminhar, né, que parado continuar.

lunes, 21 de abril de 2008

“Um minuto para o absurdo”

O que é um minuto?

Soma de sessenta segundos. Fragmento de tempo. Instante de existência.

Parece pouco! Parece nada! No entanto, o “mundo” cabe dentro de um minuto.

Em um minuto se explode uma guerra, se começa um romance, se perde uma vida, se ganha um jogo. Em um minuto se olha e de repente se vê; se toca e realmente se sente; se fala e, como nunca se diz.

Quimera era, esta, em que é absurdo ter um minuto! Por favor, me dá um minuto... não, melhor, se dê um minuto. Um minuto mesmo que seja para o “absurdo” de ser “ridículo/a”, de ser humano/a, de ser pessoa.


“...E vi que tudo é vaidade

e correr atrás do vento.” Salomão


sábado, 5 de abril de 2008

Sim, há sim caminho


Que me perdoe o poeta Antonio Machado, mas sim, há caminho. Sempre. O que muitas vezes não há são olhos para ver, ou vontade de encontrá-lo, o caminho. Talvez pelas responsabilidades que se tenha que assumir, talvez pelo medo das renúncias que se tenha que fazer para poder segui-lo ... mas ali estará, sempre...o caminho.

Esperar que ele não exista, ou não buscá-lo, não sei, será mais fácil, já que estranha sensação é a certeza, não? Por um lado é tudo que se busca: certeza que está fazendo a coisa certa; certeza de que está no lugar certo; certeza de que este é o tempo para isto, etc... Porém não lidar com a certeza e não ter que caminhar com ela é ter “desculpa” para o passo atrás, a meia-volta, o “não-caminho”.

Sim, não sei você, mas eu estou no lugar certo e na hora certa, e não posso com essa certeza! Assim, Querido Poeta, sim, caminho e vejo o caminho.

domingo, 2 de marzo de 2008

Sobre Educar-se

“Abrir os olhos pode levar toda uma vida. O ver é questão de um instante.” Anthony de Mello

Fácil é, quando temos coisas que resolver na vida, que superar, mudar, culpar a outros, ao mundo, a sorte, a Deus...sei lá mais quem.

A questão simples e pura é que nossa vida, nossa é. E temos que assumir o desafio de administrá-la e levá-la a bom término. Meu querido Paulo Freire nos ensinou que ninguém conscientiza a ninguém de nada. Que este caminho é pessoal, individual, interior. Cada um “tem” que por si só “conscientizar-se” e se auto-construir uma pessoa melhor.

Bem, essa reflexão toda vem inspirada por uma aluna, querida aluna, das classes de internet e informática com as mulheres árabes muçulmanas. Entre as muitas, essa aluna em especial é a mais constante. Cada sexta está. Como ela fala árabe, eu português e nos esforçamos para “encontrar” no espanhol já chegamos a um acordo mudo de que não passa nada se entendemos metade do que nos dizemos.

O importante é que ela está determinada, tem uma certeza em aprender que me intriga. E às vezes me pergunto ¿para que? ¿por que é tão dedicada nisso? Pois, a resposta aí está: ela leva sua própria vida, quer crescer, superar, avançar. Naquele momento sinto e veio que ela está completamente ali e é completamente ela. E então, ainda que sabemos pouquíssimo uma da outra, eu também me entrego e estou só ali e sou toda eu para ela. E no final de toda classe fica sempre a sensação de que quem mais aprendeu foi eu, não ela.


lunes, 11 de febrero de 2008

Piada ou Drama!?

Sigo com Contos:

VIDA, MUERTE (uma colaboração da minha Querida Profa. Raquel)

"Ontem a noite eu e minha mãe conversávamos sentados na sala. Entre as muitas coisas da vida que falávamos tocamos no tema viver/morrer.
Lhe disse: Mãe, por favor, nunca me deixes viver em estado vegetativo, tá!? Dependendo de máquinas, ou líquidos. Se me encontra assim, desconecta e apaga todos os equipamentos que me mantém vivo. PREFIRO MORRER.
¡¡Então minha mãe se levantou com cara de admiración e apagou a televisão, o DVD, a Tv a Cabo, a Internet, o computador, meu mp3/4,
meu PlayS, o telefone, me tomou o celular e o notebook....!!
Deus do Céu, QUASE MORRI!!!!"

sábado, 26 de enero de 2008

Saber ler e escrever, o que?

¿Como ler nosso Tempo, Era, Geração? …”Líquidos” nos vão os dias, as vidas, as sortes… Bem, como não tenho resposta também, nos conto um conto:



As Formigas e o Lápis

Uma Formiga passeava perdida do seu grupo, certo dia, por uma folha de papel e viu, de repente, um Lápis que escrevia finos traços negros.
- Que maravilha! – exclamou – Que coisa tão linda e com vida própria, que faz riscos nesta bela superfície, até o extremo de que se pode comparar com os esforços conjuntos de todas as formigas do mundo. E que riscos faz! Parecem formigas. E não uma, mas milhões que agem juntas.
Contou suas idéias a outra Formiga, a qual esteve igualmente interessada. Elogiou os poderes de observação e reflexão da primeira Formiga.
Então uma outra Formiga disse:
- Aproveitando seu trabalho, tenho que admitir, também observei este estranho objeto. Porém, cheguei a conclusão de que não é ele que determina seu próprio trabalho. Você comentou o erro de não observar que o Lápis está unido a outros objetos, que lhe rodeia e conduz. Estes e não outros devem ser considerados como a origem de seu movimento.
Assim, as Formigas descobriram os dedos.
Passado bastante tempo, outra Formiga caminhou sobre os dedos e percebeu que estes faziam parte de uma mão, que explorou total e minuciosamente, ao estilo das Formigas, trepando por todas partes e vasculhando tudo.
Depois voltou para junto das suas companheiras, e lhes gritou:
- ¡Formigas! Tenho noticias de importância para todas. Estes pequenos objetos formam parte de outro muito maior. E este sim, é o que verdadeiramente lhes movem.
Então logo descobriram que a mão estava unida a um braço, e o braço a um corpo, e que não existia uma mas duas mãos e que existiam dois pés que não escreviam.
E seguiram com as investigações.
As Formigas chegaram assim a terem uma idéia adequada da mecânica da escrita.
Entretanto, sobre o sentido e intenção da escrita não puderam averiguar nada com seus rotineiros métodos de investigação, porque não sabiam ler e escrever.

Fonte:Cuentos de Oriente para niños de Occidente” – Editorial SUFI, Colección Arrayán – Madrid, 1997 (tradução própria da autora do Blog)